quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cistos são encontrados muito frequentemente na ultra-sonografia dos ovários. Um cisto ovariano, de modo simples, é uma bolsa de líquido. A sua origem é variada, podendo representar tumores, folículos ou cistos funcionais , entre outros. Os ovários são chamados de policísticos (ou, às vezes, micropolicísticos) se apresentarem, ao ultra-som, uma quantidade grande de pequenos cistos (diâmetro menor que 10 mm). Nem sempre este aspecto corresponde a alguma doença ou a impossibilidade de gravidez; apenas a correlação da ultra-sonografia com a clínica do paciente permite ao médico assistente uma conclusão diagnóstica adequada.
 
     

       
 
Ovário PolicísticoA foto ao lado mostra um ovário ao ultra-som. A letra F indica um número grande folículos ovarianos, predominantemente situados na periferia do ovário. A parte central, que não tem folículos, é chamada de estroma. Esta é uma das imagens pela qual o ovário é caracterizado como policístico. Mesmo nesta condição, pode ocorrer gravidez. Porém, quando coexistem atrasos menstruais grandes (menstruação a cada 3 meses, por exemplo), obesidade, aumento de pelos e ovários como os da figura, em geral também acontece uma redução da fertilidade da mulher. Neste caso, o que ocorre é um excesso (relativo ou absoluto) de hormônios masculinos, criando-se um ambiente desfavorável para o crescimento dos folículos ovarianos e para a ovulação, levando a alterações menstruais na paciente.
Ovário NormalEntretanto, nem todos os ovários descritos como micropolicísticos são dificultantes para a gravidez. A foto mostra o aspecto ultra-sonográfico de um ovário com vários cistos, de distribuição não periférica. Na maioria das vezes, ovários deste tipo não estão associados a dificuldades de reprodução e alguns, pelo contrário, estão associados com ciclos regulares e ovulação.
O tratamento dos "ovários policísticos", para efeito de reprodução, consiste em obter um ciclo em que ocorre ovulação. Em geral, isto é conseguido através da administração de remédios que induzem o crescimento dos folículos, para a posterior ovulação. A maioria dos remédios utilizados é constituido por FSH, hormônio já existente na mulher, que promove crescimento folicular. Quando for necessário reduzir a ação de hormônios masculinos, outros remédios podem ser associados ao FSH, como metformina, espirolactona e ciproterona.

RISCOS

Em geral, quando a mulher tem ovários policísticos com alterações menstruais, a quantidade de estradiol produzida pelos ovários é grande e permanece atuando longo tempo, aumentando os riscos de câncer de colo do útero, de endométrio e de mama. Assim, mesmo quando não há intenção de gravidez, deve haver tratamento para evitar estes riscos.



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planejamento de uma gravidez

Alterações menstruais constantes devem ser alerta para as mulheres.
Mulheres que apresentam ovários policísticos produzem uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos, fator que pode afetar a fertilidade.

O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado à ovulação. "A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação", explica o especialista em ginecologia e reprodução humana, Joji Ueno do portal Minha Vida (www.minhavida.com.br), maior comunidade on-line de saúde e bem estar.

De acordo com Joji, os principais sintomas da síndrome dos ovários policísticos são as alterações menstruais. "A mulher menstrua a cada dois ou três meses e, freqüentemente, tem apenas dois ou três episódios de menstruação por ano", explica.

Segundo ele, outro sintoma é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pêlos no rosto, nos seios e na região mediana do abdômen. A obesidade também é um sintoma freqüente, que auxilia no agravamento da síndrome. Às vezes a paciente não tem as manifestações sintomáticas, mas, quando engorda, elas aparecem.

Geralmente, de acordo com os históricos clínicos, a síndrome se manifesta na puberdade e vai até a menopausa. Alguns casos tornam-se assintomáticos com o tratamento, mas é uma doença crônica. Por isso, é comum a mulher com ovário policístico procurar vários especialistas, ao longo da vida, em busca de tratamento. No entanto, a importância que se dá ao caso, depende da fase da vida que a mulher atravessa. Na puberdade e na adolescência os pêlos causam maior incômodo.

Depois, na idade do casamento, são preocupantes as alterações menstruais, que podem ser sinal de infertilidade. Há, também, o momento em que a obesidade representa o maior inconveniente. "A síndrome assume maior ou menor relevância de acordo com a fase de vida da mulher e, conseqüentemente, o tratamento deve respeitar os sintomas que se destacam em determinado período", explica Ueno.

Hoje, com o avanço da tecnologia na medicina diagnóstica, a identificação da doença ficou mais fácil com o emprego do ultra-som. Normalmente, os ovários policísticos são visualizados por meio do exame de ultra-som ou no de toque, realizado no exame ginecológico de rotina. Às vezes, basta examinar a paciente para localizar os dois ovários aumentados. Em estado normal, o ovário tem, em média, 9cm³. O ovário policístico chega a ter 20cm³, ou seja, o dobro do volume.

O tratamento é realizado de acordo com a fase de vida da mulher. O que é mais importante em determinado momento e qual o sintoma que mais a incomoda são perguntas que o médico que a assiste deve fazer. "Como se trata de uma doença crônica, não há cura da síndrome e, sim, tratamento dos sintomas", finaliza o especialista.
Fonte: Minha Vida.com.br»

terça-feira, 7 de setembro de 2010

sindrome de ovários polimicrocisto

A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos, fator que pode afetar a fertilidade feminina. O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação.

A seguir, esclareço as dúvidas mais comuns sobre a doença:

1) Quais são os principais sintomas da síndrome dos ovários policísticos? São as alterações menstruais. A mulher menstrua a cada dois ou três meses 
e, freqüentemente, tem apenas dois ou três episódios de menstruação por ano. Outro sintoma é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pêlos no rosto, nos seios e
na região mediana do abdômen. A obesidade também é um sintoma freqüente. Na verdade, a obesidade piora a Síndrome. Às vezes, a paciente não tem as manifestações sintomáticas, mas quando engorda, elas aparecem.


2) Alterações menstruais muitas mulheres têm. Existe algum tipo que seja característico da síndrome do ovário policístico? Menstruações espaçadas é a principal característica dessas alterações. Mulheres com ovários policísticos têm apenas dois, três ou quatro episódios menstruais por ano. 
3) Em que fase da vida da mulher, a Síndrome costuma aparecer? Ela começa na puberdade e vai até a menopausa. Alguns casos tornam-se assintomáticos com o tratamento, mas é uma doença crônica. Por isso, é comum a mulher com ovário policístico procurar vários especialistas, ao longo da vida, em busca de tratamento. No entanto, a importância que se dá ao caso, depende da fase da vida que a mulher atravessa. Na puberdade e na adolescência, os pêlos causam maior incômodo. Depois, na idade do casamento, preocupam as alterações menstruais, que podem ser sinal de infertilidade. Há, também, o momento em que a obesidade representa o maior inconveniente. A Síndrome assume maior ou menor relevância, de acordo com a fase de vida da mulher e, conseqüentemente, o tratamento deve respeitar os sintomas que se destacam em determinado período.

4) Como se faz o diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos?
O diagnóstico da doença ficou muito facilitado com o emprego do ultra-som. Antigamente, fazíamos uma pneumopelvigrafia, um exame invasivo porque se aplicava uma injeção de ar no abdômen para visualizar melhor os órgãos pélvicos e tirava-se uma radiografia. Hoje, a sonda do ultra-som sobre a superfície externa do abdômen permite um diagnóstico preciso. Normalmente, os ovários policísticos são visualizados por meio do exame de ultra-som ou no de toque realizado no exame ginecológico de rotina. Às vezes, basta examinar a paciente para localizar os dois ovários aumentados. O ovário tem mais ou menos 9cm³. O ovário policístico chega a ter 20cm³, quer dizer, o dobro do volume. Além disso, sua aparência é típica: fica coberto por uma capa branca semelhante à albugínea que envolve o testículo, e os cistos formam uma saliência na superfície.

5) Qual a diferença entre cisto no ovário e ovário policístico?
A diferença está no tamanho e no número de cistos. Geralmente, na Síndrome, existem de 10 a 20 pequenos cistos com meio centímetro de diâmetro, enquanto os cistos de ovário são únicos e bem maiores, medindo de 3 a 10 cm. Eles só não são únicos nos casos de estimulação ovariana para fertilização assistida, quando podem ocorrer de cinco a dez cistos grandes. Se a mulher faz um ultra-som e encontra um cisto grande no ovário, isso não quer dizer que ela corra risco maior de desenvolver a Síndrome dos Ovários Policísticos. Não há esse perigo. Essa mulher tem, provavelmente, uma alteração no controle da função ovariana que leva à produção do cisto. Ela pode ter um problema no hipotálamo ou na hipófise, que não faz parte da Síndrome dos Ovários Policísticos, uma patologia crônica para a qual ainda não se descobriu a cura.

6) A mulher com síndrome de ovários policísticos produz mais testosterona que a mulher normal?
Quais as conseqüências deste desequilíbrio hormonal? É importante dizer que todas as mulheres produzem fisiologicamente hormônios masculinos. Na mulher, uma das funções dos andrógenos é justamente aumentar a libido. O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. A testosterona interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário e isso impede a ovulação. Os cistos representam a parada do desenvolvimento dos folículos para ovular. O folículo, normalmente, atinge um estágio em que arrebenta e expele o óvulo. Quando isso não acontece, um líquido se acumula nesse local. Como mais ou menos dez folículos se desenvolvem todos os meses, surgirão dez ou quinze pequenos cistos característicos do ovário policístico. No entanto, essa mulher não ovula porque lhe faltam condições endócrinas para tanto. 


7) O aparecimento da acne é muito freqüente nesse tipo de síndrome?
A acne é um sintoma comum na Síndrome dos Ovários Policísticos. Quando o andrógeno atua sobre o sistema pilossebáceo, aumenta a produção de pêlos e a de material oleoso pelas glândulas sebáceas, o que facilita a instalação das infecções características da acne. É importante que a causa da 


acne em adolescentes seja pesquisada, pois pode tratar-se de ovários policísticos.

8) Quais as possibilidades terapêuticas para o tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos?
O tratamento depende da fase de vida da mulher. O que é mais importante em determinado momento e qual o sintoma que mais a incomoda são perguntas que o médico que a assiste deve fazer. Como se trata de uma doença crônica, não há cura da síndrome, e sim, tratamento dos sintomas. Uma adolescente de 15/16 anos, obesa, com pêlos e acne e perturbações menstruais, precisa primeiro tentar emagrecer. Às vezes, só a perda de peso provoca a reversão do quadro, porque a obesidade gera resistência à insulina e essa resistência produz o aumento de andrógenos, os hormônios masculinos. Se ela não for obesa, torna-se necessário diminuir a produção dos hormônios masculinos e uma das maneiras mais simples de fazê-lo é por meio da pílula anticoncepcional. Qualquer pílula, não precisa ser uma em especial, porque todas deprimem a função ovariana e, portanto, diminuem a produção de hormônio masculino. O anticoncepcional atua também na unidade pilossebácea, reduzindo o crescimento dos pêlos e a produção de sebo. Dessa forma, melhoram os quadros de hirsutismo, acne e as alterações menstruais, uma vez que a pílula regulariza os ciclos menstruais.

9) Como a infertilidade está associada à Síndrome dos Ovários Policísticos?
Até os 23 anos de idade, mais ou menos, mulheres com a Síndrome podem ovular esporadicamente. Sabe-se que nem todas as menstruações que ocorrem espaçadamente são ovulatórias, mas algumas são, e a mulher consegue engravidar. É muito comum a referência de que antes dos 23 anos, elas tiveram um ou dois filhos. Depois, não conseguiram mais engravidar. Essa é uma das patologias mais simples de serem tratadas porque as mulheres, em geral, respondem ao indutor da ovulação mais corriqueiro que existe, o clomifeno. Ele é administrado por via oral, cinco dias por ciclo, a partir do primeiro dia e é capaz de corrigir as anomalias endócrinas e provocar ovulação. Grande parte das mulheres responde bem ao tratamento e engravida. Infelizmente, algumas não conseguem porque as condições locais ficaram ruins ou o estroma produz muito andrógeno e é necessário adotar outra tática, como estimular os ovários com gonadotrofinas, o que se faz normalmente na fertilização in-vitro. Atualmente, não empregamos mais a técnica de ressecção em cunha dos ovários. O que se faz é a cauterização laparoscópica. Através de três pequenas incisões na parede abdominal, os cistos são cauterizados. Com isso, as pacientes começam a menstruar, ovular e ficam grávidas. Muitas chegam a menstruar regularmente até a menopausa.

10) E quando estas mulheres com ovários policísticos chegam à menopausa, os problemas desaparecem?
Em conseqüência do hiperinsulinismo, essas mulheres, ao chegar à menopausa, apresentam maior risco de apresentar distúrbios cardiovasculares. Mais freqüentemente, elas são hipertensas e desenvolvem diabetes do tipo II, justamente aquele que não é insulinodependente, porque têm resistência à insulina. Por isso, elas devem procurar tratamento pelo menos para normalizar essa resistência à insulina. Assim, independentemente da idade, quando uma mulher tem hiperinsulinismo, uma das tentativas é utilizar a metilformina, uma substância que aumenta a sensibilidade à insulina. De 40% a 50% das pacientes respondem bem a esse esquema terapêutico, as menstruações se regularizam, os níveis de testosterona baixam e elas engravidam. 


tratamento para sop

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. A pergunta mais frequente do médico é saber se a paciente pretende engravidar ou não.
Anticoncepcionais orais
Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais orais, ou seja, a pílula. De fato, a pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, espinhas, irregularidade menstrual e cólicas.

Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. As de baixa dosagem têm sido as mais prescritas pelos ginecologistas. Existem pílulas que tem um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa.

Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.
Dietas com baixas calorias e pouca gordura melhoram o aumento de peso, contribuindo para o bem estar da paciente.
Em alguns casos medicamentos que são usados no tratamento da diabetes também tem sua aplicação.
Leia também: Benefícios e usos terapêuticos da pílula anticoncepcional

Cirurgia
Cada vez mais os métodos cirúrgicos para essa síndrome têm sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.

Indução da ovulação
Se a paciente pretende engravidar, o médico lhe recomendará tratamento de indução da ovulação, não sem antes afastar as outras causas de infertilidade. Não se deve fazer esse tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.

Antidiabetogênicos orais
Estando a síndrome dos ovários policísticos associada à resistência insulínica, um dos tratamentos disponíveis é por meio de medicamentos para diabetes. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento.

Dieta e atividade física:
Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, concomitantemente com as medidas terapêuticas.

É necessário tratar?
Pacientes com síndrome dos ovárioss policístico devem ser cuidadosamente avaliadas em relação à resistência à insulina e a síndrome metabólica, pois essas doenças estão relacionadas a maior chance de desenvolver alterações vasculares, diabetes, hipertensão arterial e risco cardiovascular aumentado.

Mulheres com ovários policísticos e obesidade devem ser estimuladas a mudar seus hábitos alimentares e de atividade física visando à melhora global das alterações.



Alterações Menstruais e Síndrome do Ovário Policístico

Alterações Menstruais e Síndrome do Ovário Policístico

IntroduçãoA síndrome do ovário policístico é uma das desordens endocrinológicas mais comuns afetando aproximadamente 6% da população feminina em idade reprodutiva. É a causa mais comum de infertilidade anovolutória (sem ovulação) sem, no entanto se saber a causa ou o defeito de base. É uma síndrome importante por acometer um grande número de mulheres em plena idade fértil. Novas descobertas e conhecimentos sobre a desordem, sua relação com outras alterações endócrinas e com repercussões cardiovasculares têm sido feitas. Um estudo de revisão foi feito pelos Drs. Melissa H. Hunter e James J. Sterrett, ambos da Universidade de Medicina da Carolina do Sul – Charleston, EUA. Nesse estudo são apresentados os diversos aspectos dessa desordem, bem como seus sintomas e as alterações no organismo, seu diagnóstico, seu tratamento e suas complicações.

O Que é Síndrome do Ovário Policístico (SOP)?A SOP é um distúrbio que se manifesta de diversas formas. A presença de amenorréia (ausência de menstruação por mais de três ciclos ou seis meses), de hirsutismo (aparecimentos de pêlos mais grossos em locais dependentes da ação de andrógenos como o tórax, o queixo, entre o nariz e o lábio superior, o abdome inferior e as coxas) e o aumento dos ovários ocorrem somente nos casos avançados. As mulheres afetadas têm sintomas de aumento de andrógenos (hormônios masculinizantes), irregularidades menstruais e amenorréia. A síndrome se inicia na puberdade e é progressiva.

O desenvolvimento de técnicas mais apuradas de ultra-sonografia tem possibilitado maior detalhamento do aumento dos ovários. Há vários estudos sendo conduzidos sobre as alterações endócrino-metabólicas relacionadas com a síndrome e, no momento, o tratamento visa a diminuição das complicações futuras relacionadas com a anovulação(ausência de ovulação) e com a exposição às alterações hormonais.

Qual é a sua Causa?O mecanismo preciso ainda não é conhecido. No entanto, já é sabido que há um aumento na produção de insulina devido a uma diminuição de sua ação nas células do organismo. Esse aumento leva a uma maior produção de andrógenos (hormônios masculinizantes) pelos ovários. Além disso, há uma disfunção no equilíbrio de dois hormônios da hipófise responsáveis pelo controle dos ovários: LH X FSH.(LH-hormônio luteinizante e FSH-hormônio folículo estimulante)

Seus Sintomas e Sinais Físicos

A anovulação, obesidade, hirsutismo e presença de múltiplos cistos pequenos em ambos ovários são os sinais clássicos. No entanto, um amplo espectro de alterações clínicas e laboratoriais também faz parte do quadro. O instituto nacional de saúde norte-americano definiu que o aumento de andrógenos e a anovulação são duas características capazes de levar ao diagnóstico. É importante, no entanto, que se descarte outras causas como tumores secretores de andrógeno, doenças da glândula supra-renal e aumento da produção de prolactina (hormônio produzido pela hipófise).

Os sintomas mais comumente queixados pelas mulheres são: irregularidades menstruais,infertilidadeobesidade e sintomas relacionados com aumento de androgênios – hirsutismo e acne. A maioria das mulheres tem a primeira menstruação numa idade normal, mas iniciam com ciclos irregulares que gradualmente se tornam mais irregulares, geralmente levando a amenorréia.

Recentemente tem sido mostrado a associação da SOP à resistência periférica à ação da insulina o que pode levar à intolerância à glicose e ao diabetes mellitus tipo 2.

Quais são as Possíveis Complicações da SOP?
A SOP não tratada tem progressão até a menopausa, quando devido à falência ovariana, cessa a produção de estrógenos e andrógenos. Estudos em andamento têm relacionado a SOP com um maior risco de doenças cardiovasculares o que fica reforçado devido às alterações de gorduras (colesterol total e frações e triglicérides) corporais também presentes na SOP.

As outras complicações estão relacionadas com as alterações resultantes da anovulação: infertilidade, irregularidades menstruais variando de amenorréia a hemorragias uterinas, hirsutismo e acne. Mais importante ainda é a exposição do endométrio (revestimento interno uterino) contínua ao estrogênio, sem a presença da ação da progesterona contrabalançando-o, por encontra-se ausente devido às alterações hipófise – ovarianas. Essa exposição contínua pode propiciar o aparecimento de câncer de endométrio cujo risco é três vezes maior em mulheres com SOP. Além disso, há estudos sugerindo que a anovulação crônica durante a idade fértil, está relacionada com maior risco de câncer de mama após a menopausa.

Outras Causas de Anovulação na Idade ReprodutivaAtividades físicas extenuantes

Falência ovariana precoce

Tumor benigno hipofisário produtor de prolactina

Drogas com ação progestínica

Hiper ou hipotireoidismo

Desordens alimentares

Hiperplasia congênita da supra-renal

Tumores virilizantes da supra-renal

Tumores de ovário

Exames LaboratoriaisVários exames devem ser solicitados para a avaliação do padrão hormonal e a forma dos ovários. Inicialmente, deve-se fazer um teste de gravidez, que necessita ser descartada em qualquer mulher em idade fértil que esteja sem menstruar. Deve-se solicitar uma ultra-sonografia para avaliar os ovários que, em caso de SOP, demonstrarão pelo menos oito imagens periféricas com menos de 10 mm de diâmetro. O nível sangüíneo de vários hormônios pode ser avaliado: testosterona, androstenediona, LH, FSH, estradiol, estrona, prolactina, insulina em jejum além de glicose em jejum. Outros exames poderão ser necessários para excluir as outras causas mencionadas acima. Um exame de colesterol total e frações também deve ser realizado para avaliar do padrão lipídico e a necessidade de se tomar medidas modificadoras. A pressão arterial deve ser medida anualmente para se descobrir precocemente uma hipertensão arterial.

TratamentoO tratamento é direcionado aos sintomas por não se saber, ao certo, a causa da SOP. O objetivo é a manutenção de um endométrio normal, a antagonização da ação dos androgênios nos tecidos alvos, a diminuição da resistência à insulina e a correção da anovulação. O desejo de fertilidade é importante e está relacionado com um tratamento diferente.

Modificação ComportamentalDiminuição de peso, dieta e exercícios. São muito importantes mesmo quando juntos ao tratamento medicamentoso. A diminuição de peso diminui os níveis de testosterona, de insulina e de LH.

MedicamentosPara mulheres que não querem engravidar, pode-se usar drogas com ação progestínica, por 10 a 14 dias por mês, para contrabalançar a ação estrogênica no endométrio. Não há supressão de produção de andrógenos (Medroxyprogesterona ou Noretindrona).

Outra opção para essas pacientes é a pílula anticoncepcional de doses baixas. As vantagens dessa terapia são: contracepção, prevenção de crescimento e câncer endometrial, normalização dos ciclos menstruais e tratamento da acne e hirsutismo (melhora seis meses após uso). Drogas antiandrogênicaspodem ser associadas para o tratamento do hirsutismo com maior rapidez (Espironolactona, etc).

Drogas análogas aos hormônios liberadores de gonadotropinas devem ser usadas em pacientes que não respondem ao tratamento acima. Cuidado com seus efeitos colaterais ósseos e vaginais.

Para as pacientes que desejam engravidar, deve-se utilizar indutores de ovulação (Citrato de Clomifeno). Tais mulheres devem procurar um serviço especializado em infertilidade.

Uma nova forma de tratamento tem sido o uso de Metformina, uma droga que aumenta a sensibilidade da insulina, utilizada no tratamento da diabetes mellitus tipo 2. Estudos preliminares demonstraram um retorno à atividade menstrual em 68% a 98% das mulheres com SOP que utilizaram-na. Não é o tratamento padrão, mas pode ser uma possibilidade real futura.

Em fim, a importância da descoberta dessa desordem por uma mulher não tem como ser mais enfatizada. O seu controle influi drasticamente em toda a saúde feminina, desde suas raízes sexuais mais profundas, sua fisionomia e imagem corpórea e também na prevenção de doenças sérias que possam vir a aparecer.